P. S. - Eu Te Amo


Definitivamente não é uma comédia romântica, é um romance dramático. Pode levar o lencinho, as lágrimas serão inevitáveis.

'P.S. Eu te amo' conta a história de Holly (Hillary Swank) e Gerry (Gerard Butler), uma história interrompida pela morte precoce. O desafio dela é enfrentar a perda, não só a perda do passado, do marido e de sua companhia, mas a imposição da perda de um futuro, bom ou ruim, seja ele qual fosse.
A mágica do filme não está em Hillary Swank, em Kathy Bates, nem mesmo na hipnótica atuação de Gerard Butler, a encarnação exata do homem doce, apaixonado, irresistível, com suas qualidades e defeitos: a magia fica por conta da direção, da sensibilidade na forma de contar, na abordagem intensa de cada cena, de cada lembrança que Hillary guarda de seu amor e na forma como enfrenta suas próprias dores e aprende a lidar com o que nunca será.
Há alguns ruídos, causados tanto pelo amigo Daniel (Harry Connick Jr.) como pelas amigas de Holly - histórias desnecessárias e mal construídas para aliviar o conflito principal ou, pelo menos, para diminuir a tensão das cenas dos protagonistas. Isso, contudo, não chega a estragar o filme, muito embora o cuidado com o tratamento dos coadjuvantes seja sempre um ponto relevante para um resultado harmonioso da trama. 
'P.S. Eu te amo', leva à reflexão sobre atitudes, sobre as escolhas que fazemos quando a felicidade está tão perto que nem lhe damos valor, quando o amor está acessível, mas não o conseguimos escutar, fala sobre os silêncios e incompreensões com aqueles que nos são mais próximos, nos conta da importância de aproveitar melhor o tempo que nos é dado. E, de forma sutil, aborda essa mania de fazer a vida depender de fatos, quando ela acontece diariamente, a despeito de nossas vontades e conveniências. 
Destaque para as belas imagens da Irlanda, em contraposição à exigüidade do espaço em Nova Iorque, e também para a atuação de Kathy Bates e Gerard Butler que, sem dúvida, contribuíram para aumentar a carga emocional e dramática do ótimo longa.

Fonte: Paula Cajaty

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