O Caçador de Pipas


Era inevitável que fosse acontecer. Mais cedo ou mais tarde, O Caçador de Pipas seria adaptado para o cinema. E o escolhido certamente teria todos os recursos à disposição. Foi o que aconteceu. Marc Forster (Mais Estranho Que a Ficção), opção óbvia pelo retrospecto de sua carreira, não teve restrições para realizar o seu trabalho. E isso está muito claro nas escolhas que fez e no que se produziu na tela grande a partir delas.
Alguns exemplos. Ele cogitou filmar em Cabul, mas desistiu por conta do clima de instabilidade. Não abriu mão, no entanto, de escolher no Afeganistão os meninos que fariam Amir e Hassan quando jovens. Muito da força do filme vem da química e da espontaneidade de Zekeria Ebrahimi (Amir) e Ahmad Khan Mahmoodzada (Hassan). Este último, especialmente, parece destinado à carreira de ator.
Mais ainda. Forster rejeitou a idéia de um longa todo falado em inglês, mesmo sabendo que o público americano não gosta de legendas. Escolheu atores de origem árabe, o escocês de ascendência egípcia Khalid Abdalla (Amir adulto) e o iraniano Homayoun Ershadi (Baba), que teriam facilidade de aprender o dari (variação do persa falado no Afeganistão).
Com tudo isso, Forster conseguiu realizar uma adaptação digna e até certo ponto ousada, com elementos fortes que podem vir a criar polêmicas, mas com uma história humana fundada no amor entre pai e filho e entre amigos. O roteirista David Benioff (A Última Hora) teve participação fundamental nisso e parte do crédito com certeza deve lhe ser endereçada.

fonte: Revista SET
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