Eu, Robô


Os primeiros minutos de Eu, Robô não são animadores: Will Smith só de cuecas faz suas tarefas matinais até surgir um close gigantesco nos tênis comprados pelo detetive Del Spooner - que ainda é abordado por um robô-carteiro da Fedex. Começar um filme de verão com músculos e uma inundação de merchandising nunca é um bom sinal. Mas a confiança do diretor Alex Proyas (O Corvo) no material é tão grande que ele se deu ao luxo de mostrar que estamos diante de um longa que renderá goles estúpidos de refrigerantes e punhados e mais punhados de pipoca nas próximas duas horas. O melhor de tudo é que Eu, Robô ainda encontra espaço para misturar ação desenfreada com pitadas de inteligência. É um filme descerebrado com cérebro.Apesar de se apropriar do nome da obra de Isaac Asimov, a produção pouco tem em comum com o texto original. O roteiro de Jeff Vintar e Akiva Goldsman se utiliza das leis da robótica e de outros detalhes para contar uma empolgante trama policial que envolve a morte de um cientista, um detetive que odeia tecnologia e um robô capaz de decidir seu destino. O cenário é a Terra de 2035, claramente emprestada de Minority Report, na qual ajudantes robóticos são tão comuns quanto os celulares de hoje. Uma mega- corporação cuida de manter esses escravos de ferro em constante evolução, mas até que ponto as máquinas mais recentes podem reagir às ordens humanas? Será que elas são capazes de ter sentimentos e sonhar? Essa faísca de filosofia (ecos de A.I.?) ganha o tom necessário entre efeitos especiais realistas, seqüências de deixar a adrenalina fervendo e a atitude do durão, porém brincalhão (ecos de Duro de Matar?) Spooner - só anulada pelo robô Sonny, a melhor coisa do longa. Saber onde dosar e como dosar é o maior trunfo de Eu, Robô, o futuro dos filme de ação. Literalmente.
0 Responses
abcs